quinta-feira, 23 de novembro de 2017


As minhas gavetas não têm chave, mas deviam.
Ao longo de tantos anos a minha filha tem um desejo secreto de vestir toda a minha roupa excepto lingerie e sapatos, apesar dela calçar o 36/35, impressionante pézinho ,tão perfeito e pequenino com uma altura e corpo que não dizem isso e eu o 38 mas ainda me cobiça uns botins que eu adoro e não gosto de emprestar, como tudo o resto, há limites, mas sorrateiramente lá vai às gavetas buscar a minha roupa que deve ser “especial”.
E, quando eu vou vestir-me,algo  que rapidamente idealizo para o dia, sem stresses e grandes escolhas premeditadas, sim porque não penso muito, é na altura, e fico doida porque não encontro as coisas, que  obviamente estão tão arumadas e organizadas pela minha pessoa e troca-me as voltas todas, terei que escolher outra coisa forçosamente,  que pachorra e não tenho propriamente uma loja, a dela é maior que a minha indescutivelmente.

Todos os dias a minha roupa passeia e vai para o emprego com ela, passeia porLisboa, vai às lojas na hora do almoço, impressionante...ou me quer sempre presente, e na roupa acompanho-a  ou será o meu cheiro que a acompanha ainda, mas por vias das dúvidas coloco outra hipótese, porque os ditados populares terão sempre muita força:
“A galinha da vizinha é sempre melhor que a minha”

 
 

1 comentário:

Poesia Portuguesa disse...

Volto a sorrir. A minha filha era assim quando vivia comigo. Agora, na casa dela, sou eu que lhe cobiço a roupa. eheheh