POESIA LIVRE (escalão 2)
Berlenga, minha Berlenga
Ah, Berlenga, Berlenga,
minha ilha avermelhada
maravilha abençoada
da Natureza vaidosa,
como eu te amei e te amo,
ilha de sonho e magia
com teu farol de vigia
no alto do monte ameno!
Andei num barco, em criança,
para contigo brincar
e no azul do mar eu vi
teus olhos de linda noiva
transparentes como a água.
E imaginei
ser sereia envolvida de arco-íris
e na tua água mergulhei
e vi tesouros piratas
e ouvi estórias de encantar
que me fizeram sonhar.
Sentei-me na areia branca
e um desenho quis fazer
E pintei tudo de azul,
o mar e o céu num só.
E no fundo do teu mar,
com búzios, corais, ouriços
e estrelas-do-mar, tão lindas,
pintei, rindo, o que eu juntara
com todas as cores do mundo
e agarrei nas mãos
que brilhavam como o Sol,
e colei-as bem no céu, junto às estrelas
com a a cor que só tu tens!
Foi então que resolvi
ter por perto um companheiro
e nas asas longas de uma gaivota branca,
bem abertas
e libertas,
fomos as duas voar num voo alucinante,
e toda a ilha corremos.
E desde a Greta de Inês,
à beira do Cavalete,
até à Gruta da Flandres,
passando, muito em silêncio,
pelo azul da Gruta Azul
e pela Cova do Sonho,
desde o ousado Felonte
té à Baixa da Quebrada,
desde o Vale Esguelha, ao sul,
té aos ilhéus da Chapada,
foi tudo um sonho e cantares
nesta ilha dos amores.
Às tantas, caiu a noite
e a lua espreitava já
banhando de prata o mar
e a noite escura era um clarão
como se fora um postal
surreal
e o assombro de uma canção.
E eu olhava,
olhava,
olhava...
E em tanta beleza envolta,
cheia de tudo o que vi
à minha volta a cantar,
adormeci
a sonhar.
Isabel Cabral (pseudónimo-Arméria da Ilha Velha)
22 comentários:
Ah!
Tenho de tirar um tempinho para ir às Berlengas...
Deve ser bastante sossegado
porque a paisagem é única!
Bom fim de semana.
Adorei o teu poema .
simplesmente bonito.
parabéns
+
OLHOS CLAROS
Olhos...
Claros...
E grandes...
tudo vêm...
tudo olham...
E são...
O que ás vezes...
Não dá jeito nenhum...
Porque...
Ao olhar...
Acabam por falar...
E dizem...
o que eu quero calar!...
Lili Laranjo
Minha cara Isabel, neste momento não visito ninguém, porque ando muito ocupada, mas ao ler o seu comentário fiquei curiosa, e quis ler imediatamente o poema do concurso.
Li o poema uma só vez e gostei, mas vou voltar para dar um outro comentário depois de o ler melhor.
Nunca visitei as Berlengas, mas a paisagem é bela!
Bom fim de semana, Isabel!
PS: O nome "Arméria" tem algum significado especial?
Com a beleza do poema só pode ter sido vencedora.
Que coisa linda deve ser essa ilha!
Beijos e um bom final de semana.
Obrigada pelo convite, lindíssimo poema descrevento com os olhos apaixonados de uma grande poetisa. Vai ganhar com certeza, pois vc conseguiu de forma delicada expressar a beleza do lugar e seu modo de amar.
beijos!
Isabel
Fiquei encantada e enfeitiçada.
Essa "Ilha vermelha" deve representar mesmo muito para si.
Dá prara sentir...
Dá para ver.
O poema tem os tons e a beleza da sua alma.
Através dele, vi como é a Ilha, e vi como é a Isabel por dentro.
Parabens, amiga
Um beijo
viviana
Minhas amigas e amigo, o prémio já foi atribuído, de contrário não poderia publicar ainda e como no ano passado com "AS RENDAS DE BILROS", tive uma menção honrosa, mas isso não será o mais importante o que me impolga é mesmo tentar escrever e descrever o que os olhos viram ao longo de tantos anos, desde menina.
Uma ilha maravilhosa que todos os portugueses deveriam conhecer, eu passava lá férias porque não se conhece só num dia, é preciso viver lá, ver o sol de manhã, o pôr-do-sol ao entardecer, e a lua e as estrelas à noite.
E a magia está lá!!!
E, esqueci-me, publicarei brevemente o outro poema porque são dois os que apresentei a concurso, mas a atribuição dos prémios parece-me confusa, para mim é só concorrer, aliás foi ontem a entrega e eu mais uma vez não fui com grande pena minha, mas não consegui ir, até porque para a semana o meu pai fará o lançamento do segundo livro deste ano e irei lá para a semana.
Para a Teresa (Ematejoca), Arméria é uma flor campestre, rosa de cor, que nasce em sítios perto do mar, mas não em todo o lado.
Encontro-as em Peniche, aqui no Guincho, nas Berlengas, Em Porto Côvo e não as encontrei em mais lado nenhum, também chamadas Saudades.
Aliás já publiquei uma linda fotografia das Armérias num poema do meu pai aqui mesmo no blogue, há já algum tempo atrás, a Teresa já deve ter visto mas não se recorda, eu hei-de pô-las aí de lado, para ver.
empolgar-não impolgar.
Peço desculpa, quando não se vê logo o que se escreve por vezes passa.
Olá querida, que beleza de lugar, Deus nos abençoou com tantas maravilhas, que todos os dias agradeço estar viva e poder usufruir de algumas. Seu poema também é abençoado muito lindo.
Meu carinho BJS.
Qualquer dia vou conhecer, quem sabe... O que importa agora é dizer que gostei muito do poema. Muito lindo. Beijo
Fiquei pasmada da arméria ser uma flor campestre, Isabel. Gostava de a levar, mas está presa.
Diga-me, por favor, em que data publicou a fotografia das Armérias num poema do seu pai? Gostava muito de ler o poema e de ver as armérias.
Domingo feliz!
Bom dia Teresa,
pois é, a Arméria é campestre, eu já a tentei levar para o Alentejo, ali também há mar naquela zona, mas não existem Armérias, mas o meu tio já conseguiu plantá-las, mas em Peniche, eu ainda não consegui.
Agora é cedo e tenho muita coisa ainda para fazer e é Domingo (almoços)mas logo já procuro e digo-lhe a data onde pode encontrar o poema, já deve ter ficado bem para trás.
Até logo
Minha querida Isabel
Fiquei encantada com seu poema,acredito que todos aqueles que o leram tambem...
pois só voce consegue descrever a beleza imensa da Berlenga.
Viagei uma vez mais até lá quando no silencio li seu poema.
Um bjinho cheio de luar
já não vou às berlengas há uns 6 anos... nem é a viagem no barco que me perturba (felizmente)
masssssssssssssss (outras coisas!!!)
fica bem, boas férias
beijinhos
Isabel ,
o poema faz jus à beleza e certa magia que a Berlenga possui .
Parabens.
beijinho,
Maria
O poema é maravilhoso e desperta o entusiasmo de quem ainda não teve o prazer de se deixar deslumbrar pela deliciosa paisagem. Espero em breve pisar essa terra de enamoramento...
Beijinhos :)
Olá querida amiga Isabelita
Logo à noite vou reler o seu lindo poema para tentar sonhar com o piar estridente das gaivotas, o cheiro a maresia e o escaldão no nariz. Pois é! Andei, finalmente, a passear com a Isabelinha (a Maldita) pela marginal do "Puerto" até à Foz do Douro. Comi uma francesinha (tão bom!), etc, etc, etc...
Não "saía de casa" há mais de 2 anos, imagine!
Pormenores? Isso pergunta-se?
Depois conto-lhe, ah!ah!
Beijinho com muita ternura.
António
Querida amiga Isabel, não sabia que as ilhas eram tuas... eheheh...
Gostei imenso do poema. Excelente.
Beijo.
Olá Isabelita
Volto a estas andanças e com muitas saudades, mas precisava muito de descansar. Em meados de Agosto vou para Viana, não falto nunca à minha romaria! Bombos, alvoradas, Festa!
Sempre sonhei conhecer as Berlengas porque imagino-as um lugar onde a natureza motiva ao encantamento do olhar.
Vivo esse olhar no seu poema.
Beijinho grande,
Isabel
estive "quase"... não deu para ir!
não perdi a vontade nem a esperança de um dia conhecer.
um abraço
luísa
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