terça-feira, 20 de abril de 2010

O BARCO E AS PALAVRAS

Agarrei numa folha branca
queria escrever um poema
mas as palavras engasgaram
na garganta
como um eco longínquo
como se estivesse num desfiladeiro
apertada entre duas montanhas
que me impediam de escrever,
era algo que eu não percebia,
com a ponta dos dedos
comecei a dobrar a folha branca
suavemente, em gestos compassados
quando dei conta tinha surgido
um barco de papel branco,
como as nuvens que pairavam
por cima da minha cabeça.

Com aguarelas pintei-o levemente,
e começou a viagem,
sem palavras
mas com uma grande vontade de fugir
daquele sítio, que me sufocava
as entranhas,
porque eu gosto de sonhar,
porque eu gosto de voar,
porque eu sou como a gaivota,
porque eu gosto de ser "livre".
E nas palavras me reencontro
em todas as horas.

Com elas viajo,
com elas fujo,
com elas me dispo de preconceitos,
com elas choro,
com elas rio,
com elas volto a ser criança.

Isabel Cabral

terça-feira, 13 de abril de 2010

NOSTALGIA




No meio da nostalgia
dum tempo acabado
feito sinfonia
escrevi uma canção.

Nas asas do vento
que comigo sempre seguirão
em ondas brancas
marés e nevoeiros
no azul do mar
velejarei no mastro
de um barco colorido
que me embalará
numa música
onde estrelas rebentarão

E, num enorme clarão
onde o desejo, razão
pedirei, e se transformará
numa realidade
que será sempre minha,
embrulhada numa saudade
que eu quis esquecer
mas nunca consegui.

Isabel Cabral
(Este dia 13 de Abril tem uma certa nostalgia para mim
dois dias depois de eu fazer anos, faleceu a minha avó Isabel que eu adorava, já lá vão vinte e tal...anos, mas fica sempre a lembrança de uma grande avó, uma grande mulher)!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

CAMINHO

Os ideais que iluminaram o meu caminho e, ao longo do tempo, me deram coragem para enfrentar a vida alegremente têm sido a bondade, a beleza e a verdade.
Einstein