terça-feira, 11 de abril de 2023

Serei menina, serei mulher, um livro de emoções, de sensações ora fechado, ora aberto, que escrevo ao sabor do vento, no voo da gaivota, no dançar da bailarina, no toque do poeta, no som do violino, da guitarra ou do piano, sou campo florido na primavera, onda branca enrolada na areia no verão, nascer do sol, pôr do sol, cheiros da terra, cheiros do mar, doce e sal, canela e açafrão um misto de contradição, sempre com pé no chão.

Sou areia branca, sou terra castanha, sou água da chuva ou do mar, sou cores leves sou cores fortes.

Sou sim e não, sou assim....mulher/menina.



quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Não ia fazer nenhuma alusão a este dia de S.Vatentim, mas num dia frio e algo chuvoso, como este, até apetece escrever, e como tenho os olhos cheios de vermelhos e corações (nada contra o vermelho).
Entro no supermercado, caixas de morangos cheias de corações vermelhos com harmoniosas fitinhas.... vasinhos de flores também vermelhas com corações vermelhos.
Entro no café corações vermelhos pedurados nas paredes, a deslizarem paredes abaixo com distícos, tipo " Amo-t...e muito".... ou "I love you", confesso sinto-me um pouco enjoada.
Amor se me quiseres oferecer uns chocolatinhos amanhã, ou para a semana, quando te apetecer, ou umas florzinhas, iria gostar muito e ficaria muito comovida, eu pensava que o amor, e não tendo nada contra o dia de S.Vatentim, seria todos os dias, e se podia namorar uma vida inteira, ou todos os dias, quando nos apetece e podemos presentear o outro, num dia qualquer, mas estes estrangeirismos que se adoptaram e copiaram pegaram...vamos então consumir, namorados, é preciso é consumir muito, especialmente em tempos de crise, essa é a verdadeira razão, quando sentires borboletas no estômago, a voarem por aí então estás apaixonado (a) o amor é isso, e prova-se quando nos apetece e em qualquer dia, não em dias especiais e previamente escolhidos.


quinta-feira, 23 de novembro de 2017


As minhas gavetas não têm chave, mas deviam.
Ao longo de tantos anos a minha filha tem um desejo secreto de vestir toda a minha roupa excepto lingerie e sapatos, apesar dela calçar o 36/35, impressionante pézinho ,tão perfeito e pequenino com uma altura e corpo que não dizem isso e eu o 38 mas ainda me cobiça uns botins que eu adoro e não gosto de emprestar, como tudo o resto, há limites, mas sorrateiramente lá vai às gavetas buscar a minha roupa que deve ser “especial”.
E, quando eu vou vestir-me,algo  que rapidamente idealizo para o dia, sem stresses e grandes escolhas premeditadas, sim porque não penso muito, é na altura, e fico doida porque não encontro as coisas, que  obviamente estão tão arumadas e organizadas pela minha pessoa e troca-me as voltas todas, terei que escolher outra coisa forçosamente,  que pachorra e não tenho propriamente uma loja, a dela é maior que a minha indescutivelmente.

Todos os dias a minha roupa passeia e vai para o emprego com ela, passeia porLisboa, vai às lojas na hora do almoço, impressionante...ou me quer sempre presente, e na roupa acompanho-a  ou será o meu cheiro que a acompanha ainda, mas por vias das dúvidas coloco outra hipótese, porque os ditados populares terão sempre muita força:
“A galinha da vizinha é sempre melhor que a minha”

 
 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

O MAR

Não tendo talvez exclusivamente o mar como pano de fundo será pelo menos uma alusão forte a tudo o que lhe diz respeito.
Novo blogue que vou tentar manter ativo, para o  qual convido os antigos amigos (as) a espreitar .
Obrigada
BLOG INHA
Link: http://mar-inha.blogspot.com

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Um dia fui bailarina,
ainda menina
na ponta dos pés
voei
por terras e mares
andei
em sonhos
me balancei,
o tempo passou
as sapatilhas
deixei
quis ser ave
quis voar
andar pelo ar
vi brancas gaivotas
vi mares revoltos
mas uma coisa
eu sei
continuo a acreditar
que um dia
voarei.

Isabel de Sá Cabral


quinta-feira, 28 de julho de 2016

A vontade sempre inesgotável das palavras, o regresso talvez a um passado que me fez feliz, porque sempre aquilo que me fez lutar foi o escrever, o partilhar, aqui onde tantos comentários me fizeram chorar, os verdadeiros, os amigos.
E vou lançando letras que se juntarão de novo por um novo reencontro de pessoas que sempre me disseram algo importante, agora que perdi o Alentejo, aquele meu abrigo de sonho, onde fugia de tudo, mas onde me encontrava com a natureza, com o mar que sempre me impressionou, que sempre me ouviu.
Estarei provavelmente a escrever para mim, já nem me lembro muito bem do funcionamento de tudo isto, mas vou chegar lá de novo, numa estrada que não foi percorrida até ao fim e serei de novo BC, com as minha imagens, com as minha músicas quando se justificar e vou tentando voltar.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

VOO

"Às asas da gaivota me agarrei, no seu dorso me sentei,  seria um voo alto, distante.
No azul entrei, e olhava em redor, e o azul do mar estava a ficar longe, mas misturavam-se, os azuis e os verdes, as pessoas eram seres pequeninos que já pouco se visualizavam.
Nas nuvens balancei e entrei, pensei ser a minha almofada branca, macia, onde me sentia segura, mas rápido percebi que delas escorriam gotas de água.....andei mais um pouco e o sol sorriu para mim, e as gotas abraçaram-se com o sol e surgiu um arco-íris de cores fantásticas peguei nelas e transformaram-se em lápis de cor, fiz então um desenho, quase infantil e mais uma vez entendi que era ali que queria ficar por algum tempo no silêncio entre os azuis e as cores fantásticas, observando o mundo, por vezes cruel, desumano, mentiroso.
Mas ali não, tudo era puro, colorido, e via as crianças brincar, sem lágrimas, só precisavam  agarrar o arco-íris nas suas mãos pequeninas e sorrir"

Isabel De Sá Cabral