Da janela deste quarto
vejo o mar
aquele mar salgado
que eu sei amar
igual às lágrimas
que me entopem
os olhos neste momento,
a garganta apertada
com um nó que não passa,
e eu não queria chorar.
A força que eu lhe queria dar
mas a minha fragilidade é tanta
que alguém tem que a mim
também a dar,
mas neste momento
estou só, neste quarto entorpecido,
apetece-me gritar, fugir,
voar para longe,
e ficar nesta cadeira à espera
neste quarto gelado,
com falta de calor humano,
fiquei sozinha,
nestas longas horas de espera
sem saber o que esperar,
a sua volta, única certeza,
para de novo sentir calor,
dar calor.
O sol desapareceu, lá fora
as pessoas que há pouco
enchiam a praia afastam-se
neste fim de dia,
o mar há horas azul,
está agora cinzento, escuro, triste
a noite aproxima-se,
e eu estou só,
alguém lá fora está
como eu olhando o mar,
esperando como eu,
um outro alguém
as horas longas que parecem
não querer passar,
mas eu fico à espera,
olhando o mar,
mesmo que fique só!!!
Isabel Cabral
07-07-2010
quarta-feira, 16 de junho de 2010
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14 comentários:
Querida Isabel, sinto dor e sofrimento nestas palavras...Daria qualquer coisa para te ver sorrir. Beijos.
Há um misto de esperança e sofrimento.
O mar que esconde segredos que os nossos olhos não vêem.
Há um misto de esperança e sofrimento.
O mar esconde segredos que o nosso olhar não desvenda.
O que me encantou no seu blog foi a delicadeza que se sente presente nele, uma suavidade que só pode vir de uma alma carinhosa e doce.
Gostei da poesia também e de outras coisas que li. Por isso resolvi te seguir. Te convido a visitar meu blog também e, quem sabe vc goste e também me siga.
Beijos.
O que me encantou no seu blog foi a delicadeza que transparece no estilo, nas palavras, nos temas e imagens. Uma delicadeza que só pode vir de uma alma doce e gentil.
Li seus posts, resolvi te seguir e te convido a visitar o meu blog e quem sabe, me seguir também.
Te espero para tomar um chocolate comigo.
Beijos.
Lindo poema, um belo momento.
Adorei
Beijinhos
Sonhadora
Mesmo na dor da solidão a esperança permanece.
bjs
Um momento de solidão nesta espera por alguém que te dará calor... desejo que esse momento acabe bem depressa!
Beijo
Angel
É evidente que escrevi um poema, e um poema é vida que passa, onde deixamos a maior parte das vezes passar os nossos sentimentos, com honestidade, com realidade,mas muitas vezes pode ser fantasia, mas eu sou uma pessoa que transmito sempre um pouco de mim, dos meus sentires.
Agradeço as vossas preocupações em especial a quem já me conhece há mais tempo, obrigada Isabel pelo sorriso.
De facto foi um momento em que o meu marido estava a ser operado e eu fiquei só naquele quarto e senti-me muito isolada, muito só, não podia estar com os filhos, cada um estava ocupado, não avisei amigos portanto senti aquela grande solidão e escrevi,que melhor
maneira de ter alguém senão as palavras.
Tudo passou,graças a Deus não era nada de grave,eu já sabia mas era uma operação, mexe connosco.
Eu estou numa fase um pouco afastada do blogue mas isso são por razões minhas, andar a escrever menos, são fases.
Obrigada e acho que esclareci,não quero assusta ninguém, está tudo relativamente bem e sei que tenho amigos aqui na blogosfera o que me deixa muito feliz.
Isabel
Olá querida
Lindo poema, cheio de sentimento, aflora a emoção.
Com muito carinho BJS.
Esperança no seio da dor. Gostei =)
www.arte-poetica-ss.blogspot.com
Gostava que lá deixasses a tua opinião, se possível.
SusanaSousa
Não pude deixar de sentir tristeza nas suas palavras...
Bonito poema mas triste...muito triste.
Beijinho
Triste, porém lindo e perto do mar. Beijo
Apesar de tudo há esperança nesta janela virada para o mar, para a vida!
.
Abraço-beijo-sorriso-aternuração.
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