terça-feira, 27 de setembro de 2011

VEM DE MANSINHO

Já nada me resta
numa bruma suave
o vento bate-me na cara
e murmura-me ao ouvido
como o mar faz com a areia
em caricias profundas,
vem de mansinho
como se me quisesse dizer algo
algo importante
aquilo que eu não quero ouvir


Dá-me um sinal para partir
entre o azul do mar
e o azul do céu
estou eu a pairar
sem nada já para dar
onde outrora havia amor
existe um vazio e muita dor.


Queria fugir
mas algo me está a impedir
palavras, palavras
uma viola na mão, uma canção
cantada num sussurro
bem de mansinho.


E eu só preciso do sol
e de um sorriso
como outrora,
com olhos de menina
ele é puro
tão simples
mas ninguém entende.


Isabel Cabral

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