sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Berlengas

Forte S. João Baptista
Gaivotas perto do Forte

Praia



Prainha vista do Cais





Forte S. João Baptista



Cais em baixo, com as casas do lado esquerdo em cima

Aqui onde a terra acaba e o mar começa, vivemos experiências reais, no meio de um sonho irreal devido à maravilha da terra e do mar que nos leva a voar com as gaivotas que são às centenas, aos milhares, e ali naquele sítio encantado, nós sonhamos com piratas, com tesouros como se estivéssemos nós mesmos dentro de um livro de fantasia e de magia, e fossemos as personagens.

Tudo naquela ilha parecem imagens projectadas, como se de espelhos se tratasse.


Dentro de casa a água tinha que ser racionada, por isso existiam duas torneiras , uma de água doce e outra de água salgada, tudo era feito com água salgada excepto a comida.

Ao levantar seguíamos rapidamente para fora de casa, depois de um reconfortante pequeno almoço, para o cais ver a chegada do barco, onde as pessoas pareciam mortos /vivos devido às tormentas da viagem à qual nós já estávamos habituados, e a maior parte das vezes brincávamos com a situação porque miúdos éramos na altura.

Seguia-se um excelente banho onde se proporcionava, ali mesmo no cais de águas verdes, misturadas com o azul, onde não havia lugar para explicações racionais, aquelas cores não existiam, só na nossa imaginação, nos livros de histórias.

Com os cocos,( barcos pequenos) que pareciam flutuar nas águas límpidas ou com os próprios pescadores quando estavam disponíveis e tinham paciência para nos aturar percorríamos aquelas passagens que só eles conheciam, aquelas grutas onde o sonho ultrapassava a realidade, e sonhávamos, sonhávamos...


A nossa mão era posta dentro de água e tornava-se da cor do mar e deixava de ser uma mão cor de pele mas de todas as cores conforme a tonalidade do mar, no fundo tudo estava perto, as estrelas do mar, os corais, os cavalos marinhos, e eram azuis, rosas, verdes, brancos uma panóplia de cores que se fundiam num azul divinal.

Assim era o nosso dia, voávamos até ao farol, na Primavera as flores cobriam a ilha de flores que só lá existem de todas as cores, e as gaivotas faziam-nos companhia, conversavam connosco.

De noite, a maravilha do silêncio, só interrompido pela conversa das gaivotas. Um gerador que desligava à meia noite e então vinha a escuridão, o barulho do mar a bater nas rochas.


A lua espreitava e batia nas águas aquela hora escuras, e tornava-as prateadas, num postal surreal e nós olhávamos e perante tanta beleza deixavamo-nos adormecer!!!!

Isabel Cabral

22 comentários:

ARTISTA MALDITO disse...

Olá Isabel

Simplesmente deslumbrante, as imagens são de uma beleza incrível e o texto é de uma magia tão grande que se duvida da própria realidade.

Eu adoro ver e ouvir as gaivotas, elas são uma ligação entre o mar e a terra.

Beijinho grande,
Isabel

Anónimo disse...

A lua espreitava e batia nas águas aquela hora escuras, e tornava-as prateadas, num postal surreal e nós olhávamos e perante tanta beleza deixavamo-nos adormecer!!!!

Que lindo querida...
Que sonhos ,que lembranças incríveis...amei e sonhei contigo estive lá,ainda que por um momento!
Amei observar a lua e ouvir suas estórias,ela tem mesmo essa magia de nos fazer adormecer,de deixar-nos prateadas tal como o caminho que faz no mar!
Lindo ...muito lindo mesmo...estou encantada!Parabéns!
em tempo,obrigada pela visita e pelo comentário deixado.

gaivota disse...

olá isabel, há uns 6 anos que não vou às berlengas, de facto a paisagem é magnífica e as grutas, aquele mar transparente...
as gaivotas, tantassssssss
é muito lindo!
beijinhos

Luna disse...

Lindo este teu sentir estas tuas lembranças ilustradas de fantasticas fotos, fizeste-me sonhar
jinhos

vieira calado disse...

Nunca lá fui.
Mas ainda não perdi as esperanças.
Obrigado pelas belas fotografias.

Bom fim de semana

Anónimo disse...

Nunca fui às Berlengas.
Conheco mal o sul de Portugal.
Que belas fotografias!
A sua prosa é excelente. É uma família muito dotada, que na escrita, quer nas artes.

Bom fim de semana, Isabel!

Anónimo disse...

Obrigado por ter visitado o meu blog e ainda bem que o fez, este seu espaço é de grande qualidade. No dia 17 publicou um post com dois jovens cantores que me deixaram simplesmente com os cabelos em pé...! Abraço

ARTISTA MALDITO disse...

Aproveite para dar descanso ao braço e
BOM-FIM-DE-SEMANA ISABELITA.

Beijinhos com carinho
Isabel

Tentativas Poemáticas disse...

Olá Isabel
Estive aqui no seu cantinho no dia 19. Hoje voltei para desejar bom fim-de-semana. Gostaria de comentar mas nao consigo. Peniche, as Berlengas, o cheiro do mar, as gaivotas, um arroz de marisco na esplanada...Perdi o interesse por tudo. Espero que passe!
Beijinho com ternura.
António

BC disse...

Boa noite Isabel,
Já cá estou, um bocado de frio mas nada por aí além, há 15 dias estava pior à noite e de dia autêntico Verão.
É servida de um pãozinho quente e azeitonas????
Vou agora jantar.
Beijinhos
Isabel

BC disse...

Então António,logo vi que não estava bem, sem aparecer, já sabe que pode desabafar, por vezes é preciso, envie-me um mail se isso ajudar.
E Peniche, Berlengas é sempre possível, e o arroz de marisco também, ou uma boa caldeirada também gosto dela feita em Peniche.
Por agora fico-me pela carne de porco à Alentejana.
Mas....está proibido de perder o interesse por tudo.
O que é isso?????
O meu braço está a dar-me que fazer, e muito, e eu vou andando sorrindo...
Beijo, amigo
Isabel

Anónimo disse...

OLÁ iSABEL (MINHA HOMÓNIMA)
Obrigada por ter-me visitado no meu cantinho. Espero encontrá-la por lá mais vezes.
Sobre este seu post só tenho a agradecer-lhe porque me fez recuar ao dia 28 de Julho de 1969, quando completava o meu 3º dia de casamento. É verdade!
Foi nesta bela e inóspita ilha que passei a 3ª e 4ª noites da minha lua de mel.
Foram dias inesquecíveis, tanto pela alegria e felicidade que o momento proporcionava (e que hoje ainda se mantém), mas também por ter vivenciado a cena mais triste e marcante da minha vida.
No dia do regresso a Peniche, ouvimos as sirenes dos barcos e avisaram-nos que tinha acontecido um naufrágio de um pequeno barco onde uma família inteira fazia a visita às grutas.
Morreram quase todos!
Viemos com os seus corpos no barco. O meu marido ainda tentou e conseguiu salvar uma senhora, com massagens cardíacas e aplicando-lhe toalhas bem quentes, fazendo-a reagir ao estado de algidez em que se encontrava.
Foi devastador!
Pelas boas recordações que trouxe, gostava de lá voltar. Tivemos muita vontade de mostrar a ilha ao nosso filho, mas ... não fomos capazes.
Um abraço
Licas

O Profeta disse...

Um sitio ainda por visitar...


Doce beijo

BC disse...

Olá Licas (Isabel)
A minha vida sempre tem sido pautada por estranhas coincidências, e vejo que mais uma acontece, é impressionante.
Estremeci e impressionei-me com o seu comentário.
Eu também lá estava e assisti a tudo.

A Licas em Lua de Mel e eu uma ingénua criança que regressava das férias nas Berlengas com os meus pais e irmãos, brinquei com a menina andei de barco com eles, assisti ao almoço (até sei o que comeram)e depois o fatídico acidente com um dos mais antigos e experientes pescadores das Berlengas.
Duas famílias, ou seja a mesma família mas dois casais com filhos e a avó.
Todos morreram, ficaram casais separados, e não me quero lembrar de mais, a primeira vez que estive em contacto com a morte ali bem perto. HORRÍVEL

Viajámos no mesmo barco, no mesmo dia, de regresso das Berlengas há muitos anos atrás, quem diria!
Beijo
Isabel

BC disse...

Pois é Profeta um bonito sítio para visitar embora este triste relato,mas isso acontece em todo o lados todos os dias
Beijo
Isabel

BlueVelvet disse...

Que fotografias lindas, Isabel
Só vieram aguçar ainda amis a minha vontade de lá it.
Tenho uma amiga que o poiso haibitual dela é lá, mas como só lá fui uma vez, bem pequenina e me lembro das "tais aflições" para lá chegar, tenho imenso medo de voltar.
Mas estas fotografias, não sei não.
Beijinhos

Viviana disse...

Amiga Isabel,

Deliciei-me com as imagens e o texto.

Obrigada

Um abraço
Viviana

BC disse...

Licas, esqueci-me de lhe dizer uma coisa que não deixa de ser curiosa.

Uns bons anos depois, casei em Junho, fiz a minha lua de mel, fora, e devido a afazeres profissionais do meu marido, não podemos gozar tudo, voltámos em Julho, pela mesma altura às Berlengas, onde a minha mãe passava férias com os meus irmãos, e estive lá uns dias de lua de mel que tinha sido interrompida, também nessa altura.
Curioso!!!!
Estive há pouco com o meu pai, ou melhor a tarde toda, e contei-lhe a peripécia, na volta quem teve a reanimar a senhora foi o meu pai com outro senhor (na volta o seu marido)pois o meu pai ía buscar as toalhas quentes, e ficaram os dois toda a viagem a reanimá-la.
COMO O MUNDO É PEQUENO!!!!

Anónimo disse...

Olá Isabel

Agora digo eu ... Há estranhas coincidências que aproximam as pessoas. Julgo que só por isto temos o dever de nos encontrarmos mais vezes, pois certamente que o nosso caminho se cruzará mais vezes. Dizem que não há duas sem três ...
Vamos preparando o caminho e quem sabe nos vamos VER, frente a frente.

Só para terminar aquela dewcrição que nos marcou ... Sabe que a tal senhora que o meu marido mateve viva, quando soube que todos tinham partido ... enlouqueceu.


Há coisas que não passam nunca.

Mas agora vamos ser felizes e encerrar este capítulo triste das nossas vidas, mas que nos levou a encontrar-nos.
Voltarei sempre que possa.
Um abraço
Isabel (Licas)

Anónimo disse...

É verdade!
Já agora pergunto: O seu pai é médico? Porque a única coisa de que me recordo é de que quando o meu marido procurava reanimar a senhora, alguém lhe disse: - "Vire a cabeça da senhora um pouco mais para o lado ... Sabe, eu sou médico ..." E o meu marido logo queria dar-lhe a vez para actuar, mas o senhor respondeu-lhe que estava tudo a correr bem, que continuasse e ele ajudaria"...

Há realmente muitas coincidências!
Elas devem querer significar algo, daí que tenhámos que respeitá-las
Um abraço
Licas

BC disse...

Para encerrarmos este triste capítulo, mas que não deixa de ser uma grande coincidência, ou um encontro.
O meu pai, não é médico, é psicologo, mas esteve sempre com eles e aminha mãe tentava afastar-me a mim e aos meus irmãos porque éramos muito pequenos, mas como eu tive sempre a mania de ajudar os outros não deslarguei nunca o meu pai.
Como o meu pai é uma pessoa muito conhecida em PENICHE teve sempre entrada no hospital e pode acompanhar de perto tudo o que se passava.
Mais promenores não sei.
Lembro-me de ircom ele ao hospital e esconder-me agarrada a ele, a curiosidade mas o medo ao mesmo tempo.
Sonhei durante muito tempo com esse episódio horrível e depois a ligação ai Ti francisco Careca que também morreu, e que nós conhecíamos bem dali.
Enfim já passou, é a VIDA.
Beijinhos

Se pode ajudar nas lembranças do seu marido o meu pai usou sempre barba, e existe uma postagem de há uns meses com a fotografia do meu pai pode ser que o seu marido se lembre da cara.

Anónimo disse...

impresionantes las fotos