quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Mãe


Hoje se fosse viva a minha mãe faria anos
Sinto sempre neste dia uma grande nostalgia e a saudade por já não lhe poder dar um beijo e
oferecer uma flor.
Por isso quero deixar este poema que já foi feito em 2004 mas que tirei hoje da gaveta para lhe
oferecer, esteja ela onde estiver.


MÃE

Foi naquele dia cinzento
E chuvoso,
Que tu partiste, mãe.
E nesse dia cinzento
E chuvoso
Eu chorei, chorei
Como nunca tinha
Chorado.
Com o mundo desabei
E perguntei,
A quem pudesse
Responder,
O porquê de tanto
Sofrimento.
Tanta falta me fizeste, mãe.
As conversas,
Os desabafos,
E até as discussões,
Era vida que desabrochava de nós
E essa vida
Foi-se, mãe contigo.
Mas hoje quando eu olho o céu
E vejo aquela estrela
Que é sempre a mesma,
Aquela que eu vislumbro
Todas as noites
À espreita,
A seguir os meus passos,
A dar-me força
Nos momentos de tortura
Eu sei mãe que por detrás
Daquela estrela
És tu, mãe, que lá estás,
Sempre atenta
E me dás aqueles sinais
Aqueles sinais que eu nunca entendi
Mas que acontecem
Quase todos os dias.
Não chores, mãe
Tu estás num jardim florido
Onde só existe Amor,
Compreensão
E nós nem sabemos bem onde estamos.
É tudo tão cinzento, como naquele
Dia em que partiste.
Tenho medo, por vezes
Apetece-me desistir.
Mas, no fundo a tua estrela,
Fazê-me continuar
E vai-me guiando
Como tu sempre fizeste
E eu não vi, mãe.
Porque mãe é sempre a mesma
Esteja ela onde estiver,
Mesmo tão distante
E ao mesmo tempo tão perto.
Não sei onde estás
Mas, um dia, lá estarei
Para sempre a teu lado.
E aí sim, mãe
Seremos mais do que nunca
Mãe e filha.

6 comentários:

Anónimo disse...

um dos poemas mais bonitos que ja li!!

Verme de canteiro disse...

Realmente. Eu também gostei. Achei-o muito sensível. Parabéns. Tocou-me, e agradeci a Deus por ter ainda a minha mãe viva...

Estava lendo a "avózinha" e deparei-me com teu pedido de incentivo a ela.

Resolvi então comparecer (claro que não sou famoso). Meu nome é Mauricio (tenho um canteirinho também).

Se permitir visitas de patrícios, eu moro no Brasil. Mas pertenço a Portugal...

Gostaria apenas de lhe fazer uma pergunta. Pois confesso-te que não entendi: O que quer dizer o título do teu blogue? ((sletras))

Obrigado,
Mauricio, seu patrício./.

Anónimo disse...

Um poema muito bonito, feito com muito amor e carinho de uma filha que ama muito a sua mãe.

Beijinhos !

Anónimo disse...

nunca tenho muito tempo para poder visitar o blog e ja nao sei se vais ver este comentario, mas aqui vai...
fiquei emocionado com o que li e revi em muitas palavras todo um sentimento comum daquela sensaçao de vazio tremendo que se vai arrastando, e como tu tambem olho la para cima e de vez em quando lá está aquela estrelinha escondida tão distante mas ao mesmo tempo tão perto, e penso que fomos uns afortunados em ter uns pais como os nossos que nos conseguiram ensinar tudo o que de bom eles são

BC disse...

Embora não saibas vejo sempre os comentários, pois tenho que os aceitar, ou caso precise rejeitar algum ( o que felizmente nunca tive que fazer),ainda bem que gostaste e sentiste essa coisa forte que são os sentimentos, e que eu ponho cá para fora no papel, para não me sufocarem às vezes.
Beijinhos da tua irmã

Anónimo disse...

Poema que me trouxe as lágrimas aos olhos...lindissimo!!!
Beijinho grande...de alguem que compreende a sua dor!