segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Meninos combatentes


Na mão de uma criança
uma arma carregada,
foi colocada
alguém lha deu,
menino combatente,
ignoraram essa pequena vida,
ainda não desabrochada
ainda não vivida.

Menino combatente,
às mãos dele alguém morreu,
sem sentido, sem explicação,

uma bala se perdeu

foi direita ao coração.
Sangue e terra,
terra e sangue,
uma vida acabada,
aos bichos entregue.

Que lutas são essas
que mobilizam crianças,
crianças inocentes.


Um menino com uma arma,
uma menina assustada,
por ele foi violada,
e de novo
terra e sangue,
sangue e terra
menino combatente.


Quem sabe se o menino
a arma não tivesse
um dia se apaixonasse,
pela menina assustada,
e ambos se amariam,
e esse amor se despiria,
da morte, do sangue, da dor.

Tu morte, não existirias
sem guerras, sem lutas.


Do amor do menino da arma.

Do amor da menina assustada,
um dia, outra vida desabrocharia
e só o amor resistiria.


Ao fazer este poema há uns dias atrás pensei em todos os meninos que são obrigados a combater, sem idade, sem opção, são diferentes porque não têm escolha, lutam para sobreviver.

E hoje nem de propósito enviaram-me um mail maravilhoso que mostrava, que as crianças são todas iguais mas algumas, são menos crianças que outras, apesar de nascerem todas iguais, não podem escolher o sítio onde nascem, nem o que lhes espera depois.
Essas não têm opção vivem para sobreviver, e resolvi
publicar o que já estava escrito há dias.

Isabel Cabral

11 comentários:

ARTISTA MALDITO disse...

Boa-noite Isabel

Acabei de vir de comentar o Natal na Alemanha, com a postagem da Teresa e venho aqui ver o contraste, num drama que nos deixa impotentes. A infância é roubada a estas crianças, tudo lhes é negado na sua vida futura, pois as que sobrevivem para sempre ficarão marcadas.

Por um futuro de paz e uma esperança renascida são os meus votos nesta época natalícia.

Beijinhos,
Isabel

Anónimo disse...

ojalá llegue el día en que no tengamos que hablar de niños que aprenden a hacer la guerra

un beso

s

Viviana disse...

Olá Isabel,

Essa é uma realidade triste, muito triste, da qual os homens? se deveriam envergonhar, porque são os seus lucros e os seus interesses que os leva a fazer esta barbaridade com os meninos.

Até quando?

E os poderosos que controlam e e mandam no mundo...são completamentes insesíveis e indiferentes a esta tragédia.

AH! se os homens conhecessem, aceitassem e vivessem segundo o Manual que Cristo nos trouxe!!!

Tenha um lindo dia minha amiga

Viviana

vivianaomens aceitassem e vivessem o Evangelho de amor trazido por Cristo!...

Viviana disse...

Isabel,

Voltei aqui para lhe pedir que passe por favor por o blogue da Anita -Amor Fraternal - e oiça e veja o vídeo que lá stá e, "sinta o que eu senti", quando saí do seu blogue reflectindo ainda sobre o seu belíssimo poema de hoje, e depois diga-me alguma coisa.

Já agora leia o comentário que lá deixei.

Acontece-me cada coisa!!!

desculpe a "gafe" das letras mal colocadas no fim do meu comentário anterior.

Viviana

Nota:

O endereço do blogue está nos meus links, não o sei de cór.

Marta Vasil (pseud.de Rita Carrapato) disse...

Um poema para reflectir. Foi o que fiz e imediatamente me veio à memória uma notícia ouvida de um menino de 6 anos caído nas garras afiadas do tráfico sexual. São tantas as armas de fogo/morte que os malditos poderosos põem nas mãos dos meninos, não é? E isto faz doer muito.
Obrigada por se lembrar de quem está tão indefeso, as crianças.

Bjs

MV

BC disse...

A todos os que vieram aqui, o meu obrigada.
Não pelo poema em si, mas pelo que quis despertar com ele.
Fico triste porque é neste tipo de postagens em que se alerta para problemas tão importantes como a exploração infantil que as pessoas menos aparecem, e isso é muito mau, é sinal que ainda há muito a fazer e que as pessoas mesmo que digam, não se preocupam tanto como o afirmam às vezes.
OBRIGADA
Isabel

BC disse...

As estatísticas podem comprová-lo.
Crianças, Cancro, Exploração.
Os comentários diminuem significativamente.
Isabel

BC disse...

Viviana, já lá fui o video está natalicío e com crianças lindissímas, mas há que mostrar a diferença infelizmente.
Devo ter sentido o mesmo que a Viviana sentiu, nas diferenças, quando todas as crianças deveriam ter as mesmas oportunidades na vida.
Os contrastes que comtinuarão a haver sempre.
Beijo
Isabel

BC disse...

Viviana, já lá fui o video está natalicío e com crianças lindissímas, mas há que mostrar a diferença infelizmente.
Devo ter sentido o mesmo que a Viviana sentiu, nas diferenças, quando todas as crianças deveriam ter as mesmas oportunidades na vida.
Os contrastes que comtinuarão a haver sempre.
Beijo
Isabel

Anónimo disse...

Olá Isabel
Este poema comoveu-me, porque não são tão poucas assim as crianças que deixam de o ser ao ser armadas de ódio, rancor, desprezo e violência.
Não precisamos de irmos muito longe para as vermos.
Se calhar, não, tenho a certeza que em muitas escolas deste país encontraremos crianças armadas, não de armas a valer mas de canhões no coração e ferimentos profundos na alma.
Sei o que digo, pois trabalhei durante 10 anos, num destes mundos, tão descaracterizado, tão infeliz.
Como eles gostavam de uma carícia e de uma palavra de afecto!
Um abraço
Licas (Isabel)

Anónimo disse...

Peço desculpa pela minha ausência, mas por entre frequências..trabalhos...pouco tempo resta. Obrigada pelas suas visitas ao meu cantinho, tal como pelas suas palavras. :-) É sempre bom por lá recebê-la. Gostei deste poema...apesar de abordar essa triste realidade, mas achei interessante.
Beijinho grande