sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O sonho da minha escola

Ai, tantos anos, tantos, que passaram
depois de, como eu, tantos meninos
subirem os degraus da minha escola!
Quantas estrelas nos olhos
e sonhos, tantos sonhos,
nas minhas mãos serenas,
de criança!
Também eu,
também eu sonhei, na minha escola,
na minha mocidade,
sonhos lindos,
tão lindos,
que hoje não são mais do que saudade!
Deus, se eu pudesse,
havia de transformar esse sonhar,
com um grito de alegria,
num berlinde,
num pião,
numa bilharda,
num veleiro de velas desfraldadas
e molhadas
de sol,
de sal e maresia,
dando-o, depois a todos que inda sonham,
com um abraço amigo de esperança!
Mariano Calado in "A Fuga Do Silêncio"
Pai, desculpe por me ter servido de mais um dos seus poemas, mas às vezes também me bate a saudade.
Se passar por aqui, e eu sei que passa às vezes, OBRIGADA.
E ainda bem que ainda existem pessoas que ainda sonham como nós, e que ainda conseguem ser crianças, puras e ingénuas, como sempre me ensinou!!!!

16 comentários:

BlueVelvet disse...

Confesso que nunca tinha lido este poema lindo do teu pai.
Retrata bem os nossos sonhos de meninos, que na maior parte das vezes, a vida se encarrega de nos levar.
Beijinhos e bom fim-de-semana

Marta Vinhais disse...

E, não é bom sonhar???
Guardar esses sonhos de infância - por vezes, encontramos neles força para continuar a caminhar...
Obrigada pela visita - a minha Mãe está na mesma...Obrigada pelo carinho
Beijos e abraços
Marta

renard disse...

Olha, antes de mais, um beijinho para o Sr. Calado. E, se me for permitido, um abraçozito também...
Quando é que nos escusamos de sonhar? Qual o momento exacto em que deixamos de o fazer como faziamos em crianças?
Talvez quando nos confrontam com as coisas que são tão reais e assustadoras que tudo onírico fica deixado de parte e só nos afecta na inconsciência do sono...
Crescer dói... Muito mesmo...

Um beijo minha BC. E para ti nem preciso de pedir permissão... Levas um abração de todo o tamanho!| LOL

Tentativas Poemáticas disse...

Olá Isabel
Venho agradecer-lhe a amável visita.
Já publiquei hoje uma homenagem a uma amiga da blogosfera. Espero a sua visita.
A ternura com que se refere sempre ao seu pai demonstra bem a beleza da sua alma.
Um abraço para a família com um beijinho terno para a Mariana.
Beijinhos
António

1/4 de Fada disse...

Um lindo poema do teu pai, Isabel. Quem é que não teve sonhos destes? Eu dou por mim muitas vezes a pensar como era quando tinha a idade dos meus filhos... e imaginava como seria a vida que me esperava...

Anónimo disse...

Levo comigo o poema do seu pai, que tanto me comoveu, mas que ao mesmo tempo me fez feliz. Quando recordo os meus sonhos de infancia sei que muitos desses sonhos sao realidade. Um desses sonhos era viver na Alemanha... Voilá!

Saudacoes para si, Isabel, e para todos os seus entes queridos.

vieira calado disse...

Bonitos. Muito sentidos.
Fez fez bem tê-los roubado ao pai!

Bem haja

f@ disse...

Olá Isabel...
Esse sonho de carteira em carteira e rabíscos na sebenta... saudades...

Beijinhos das nuvens

Gilbamar disse...

Embora tenhamos um coração adulto, quem sonha conserva o coração de criança.

Meus dias são de sonhos com os olhos abertos.

Abraços perfumados.

Luna disse...

mas que será de nós se perdermos os sonhos…
já tão pouco nos resta
beijos

gaivota disse...

lindos os sonhos, sempre,
e lindo poema do teu pai,
teremos que ir conservando os nossos sonhos...
beijinhos

Anónimo disse...

se respira con gusto la nostalgia de la inocencia de la infancia

s

Anónimo disse...

Lindissimo poema...!!! Beijinho

Viviana disse...

Olá Isabel,

Que coincidência!

Cheguei agora aqui vinda directamente do blogue "Pelos caminhos da vida" de uma grande amiga minha, a jovem Ana.

Por sinal é um blogue essencialmente dedicado á poesia; e agora a coincidência:

O poste de hoje é um belissímo poema sobre o sonho e a necessidade de se continuar a sonhar.

No comentário que lá deixei ficaram palavras idênticas ás que encontrei aqui nos comentários das suas amigas.
Curioso, não é?

Tenha um lindo dia

Um beijo

Viviana

Anónimo disse...

que homenagem singela,tão delicada tal orquídea perfumada...
é fazer-nos sonhar novamente ao retornar aos tempos de criança,dos tempos que não voltam mais,mas podem acompanhar-nos até o fim!
Beijinhos!
Parabéns ao teu pai pela poesia e a ti muito mais por imortalizá-la!

Mello disse...

O poema do teu pai deixou-me sem palavras. Li-o quando o postaste, mas precisei de tempo para reflectir... há certas palavras que mexem cá dentro, mas de uma forma tão especial...
Recordei os meus tempos de criança, a minha infância, eu era tão doce, onde andará a graça que eu fui?
Beijinhos,

Graça Mello