Não costumo interpretrar o que escrevo. Escrevo e pronto, nem sempre temos algo na mente, as palavras saem naturalmente, e nestes sete versitos, foi o que aconteceu.
Nem sempre é assim, quantas vezes se escreve para uma pessoa especificamente, ou para uma coisa, não foi o caso.
Mas hoje vou tentar fazê-lo, não gosto de deixar ninguém com dúvidas, longe de mim.
Comparemos um poema, ou uns versitos que é o caso, a uma pintura, que poderá ser de PICASSO.
Uma pessoa à primeira vista olha e poderá ver uma figura humana, outra poderá ver um vaso, e ainda outra poderá ver paus e um monte de pedras e riscos.
Provavelmente quando Picasso desenhou ou esboçou, nem pensou numa figura humana, nem num vaso, muito menos em paus e num monte de pedras, mas foi assim que as pessoas o viram e que culpa tem Picasso, ninguém conseguiu interpretar o que ele queria mostrar com a pintura.
O mesmo se passa com os poemas (versos), quando escrevemos nem sempre nos dirigimos a algo concreto, cada um dá a melhor interpretação possível, sai, e pronto.Como está bem visível
o Amor a que me refiro é universal, não Amor entre homem/ mulher, como é óbvio e claro.
"É tão fácil
dar amor
onde só existe dor"
Passo a explicar:
- "onde só existe dor"seja ela de qualquer tipo, pois existem muitos tipos de dor, fisíca, psicológica, "é tão fácil dar amor"por vezes basta uma mão, um gesto, uma flor, uma palavra, e já estamos a dar Amor.
E quantas dessas dores nós já não curámos, ou tentámos curar com o nosso apoio incondicional
a tanta gente, com a nossa generosidade ou não generosidade...depende do contexto e das pessoas em questão.
Não percebo a dificuldade, porque sei tão bem como qualquer um de nós que existe por aí muita caridadezinha, mas não é o caso.
A segunda parte "o que realmente é difícil, é não saber dar a mão a alguém que é teu
irmão".
Também passo a explicar, quantas vezes fazemos, e falo na generalidade, se faz caridade a tanta
gente só porque é bem, pelo oportunismo.
E ao nosso lado existe sempre alguém a sofrer, e nós não entendemos, pura e simplesmente nos borrifamos (passo a expressão) e era tão fácil estender a mão, e nós não vimos, ou não queremos ver.
Não quer dizer que seja um irmão de sangue, mas até pode ser, quantas vezes isso acontece e não é tão pouco frequente como se possa imaginar, viramo-nos egoistamente para o lado, enfiamo-nos no nosso casulo e só vemos o nosso umbigo.
Conheço muitos casos, mesmo entre famílias, e isso é triste.
No fundo, no fundo, existe de facto muita "cultura", mas eu chego à conclusão, que aqui a "burra e a ingénua" sou mesmo eu.
Isabel Cabral
4 comentários:
Isabel!
O que torna um blogue interessante são os comentários, a diversidade: de opiniões, de ideias, etc. É como a arte, que se torna mais interessante quando cada um interpreta à sua maneira, conforme a sua dor, as suas vivências e as emoções que sente naquele instante. E se voltássemos ao mesmo sítio e olhássemos o mesmo quadro, mas já com outro tipo de sentimentos, tenho a certeza que o interpretaríamos de outra forma.
Beijinhos,
Graça Mello
Isabel,
embora concorde com toda a tua explicação, para mim, não era necessária porque entendi o que querias dizer no teu poema.
Mas ainda que eu lhe tivesse dado uma interpretação diferente da tua, seria sempre o teu poema, como os quadros do Picasso continuam a ser os dele.
Beijinhos
Os comentários da Mello e da bluevelvet exprimem o meu pensamento. A primeira parte do poema interpretei-o doutra maneira, mas nenhuma interpretacao é infalível.
Quando andava na Uni quantas discussoes havia por causa da interpretacao de poemas. Infelizmente, lá, nao tínhamos os poetas que nos dissessem quem tinha razao. Apesar que nao há interpretacoes erradas. Cada um sente um poema de maneira diferente, depende da pessoa que o le, e o estado em que ela se encontra.
Mesmos com supostas interpretacoes erradas: VIVA A POESIA!
Bom dia,
É eviente que sim, os poemas antes de mais sentem-se, mas obrigada por ter percebido onde eu queria chegar, sem ofensas,não quis dar numa de esperta, tentei só fazer entender isso mesmo, e fazer chegar o que eu tinha sentido, ou melhor o que tinha eventualmente tentado dizer, ou a mensagem que quis passar.
Fique atenta ao próximo.
ISABEL
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